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Sobre fracasso, Belchior, Scarlett O'Hara e Charlie McDermott

Eu fracassei assombrosamente. Não passei no que queria, morri na praia. Tentei, blá, blá, mas qual é, ninguém lembra dos tentadores. Todos lembram é dos fracassados. É o fracasso que ganha quadrinho na parede. E na parede da memória, essa lembrança é o quadro que dói mais. Não é preciso ser Belchior para se dar conta. Os pais, as mães e aqueles poucos que nos amam seguem dizendo que somos awesome, que somos uns tesouros travestidos de gente, mas, argh, como é difícil sentir isso depois de um tombo. Estou me sentindo um lixinho de olhos castanhos, não há quem mude isso. Uma burra completa, uma imbecil. Se em um universo paralelo, eu tenho inimigxs, possivelmente agora elxs estão degustando um chá de ervas feito com minhas lágrimas. Quem dera meu tombo tivesse sido como esse aqui.
Pobre leãozinho com esse ascendente escorpiano que o faz descer dez metros de lama abaixo do fundo do poço. Pobre leãozinho que começa a se martirizar e sentir cada centímetro de sua juba inundada pelo drama e pela miséria existencial sem previsão de restabelecimento - a não ser, claro, à custa de muita luta interior e catarse, pois o fato é que o nome deste bloguinho não leva tal vocábulo impunemente.  
Ok, ok, claro que não é pra tanto, mas sei lá, eu sou assim desde sempre. Nunca consegui assimilar derrotas como alguém de American Pie. Sempre quem vem à tona é a Scarlett O'Hara. Mamãe diz até que a carinha de bunda está ficando igualzinha.
Até é de se pensar sobre. Será que eu queria o êxito só por mim exclusivamente ou minha vontade de vencer era um espelho do que esperavam de mim? Não acredito que vou escrever isso, mas... será que é porque minha imagem... er... não podia ser manchada? Argh, que ego maldito, Bruna. Me deixem, tô confusa. E tô tristinha. KD CHARLIE MCDERMOTT SEM CAMISA NA MINHA FRENTE AF
Deixem os vitoriosos lá com seus louros e medalhas, enquanto eu travo uma batalha mental contra o lodo.
Enfim, não tenho mais o que fazer, senão superar. Blergh, eu vou superar, gurus da autoajuda. Só deem tempo de eu encasquetar com outra coisa. Nessas horas, até é bom ser hiperativa crônica: a novidade sempre aparece.



                                                                    Sai daqui, mina.






     

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