O cérebro, esse artista, faz gato e sapato de nós. Ok, ele pode. Se houvesse uma hierarquia no corpo humano, eu diria que ele é a última bolacha do pacote mesmo. Possui a racionalidade que falta ao coração e é a morada das grandes sacadas. É bem verdade que muita gente por aí anda negligenciando o coitado, se negando a utilizá-lo, mas, ainda assim, outorgo que ele é o fodão. Seu único problema é separar os pensamentos mais corrosivos para os momentos mais impróprios. Impossível fugir do susto. Pensou? Dançou, meu amigo. Digeriu? Vai ter úlcera, vai somatizar, sim. As lágrimas vão cair. O drama vai nascer tímido, mas, ainda assim, dono de si, invadindo seus ossos e seu semblante e convidando a uma deliciosa DR com você mesmo - ou, vá lá, seu alter ego.
Você está lá, quietinho (a) na sua, varrendo seu quarto, ajeitando sua escrivaninha das escritas insones, quando, de repente, uma música tocando no rádio é o passaporte para um divã silencioso e leviano. Nesse instante, os acordes têm gosto, cheiro, sensações levemente ressuscitadas e o levam a lugares já deixados, onde as imagens encontram-se inertes, em preto e branco. Seu olhar escapa até a maçaneta da porta, meio perdido, buscando sair daquele inferninho, mas, adivinhem, já tomou conta. Pensou, dançou. É assim. Não adianta tentar trocar de estação ou fingir indiferença: você vai ruminar a respeito por semanas. Talvez meses. Ou anos, nunca se sabe até onde sua mente desgraçada pode ir. Boa viagem! Se conseguir voltar, traga umas rosquinhas da padaria - mas não antes de engolir esse choro, a propósito.
E agora o que fazer? Os pensamentos comandam os instintos, que comandam as ações e não há nada animador com que presentear o mundo: olhos vagos e com pupilas questionadoras e ressabiadas. Sorriso forçado e coadjuvante. Fala pausada e meramente protocolar. Justo hoje que você precisava parecer a mais feliz das criaturas? Não é uma coisa grata, até parece pegadinha. O que fazer com o turbilhão de emoções que insiste em sair de casa? Como reagir diante desse emaranhado de impressões cheirando à pólvora? Esqueça de esquecer, não vai passar tão fácil. Siga no piloto automático, agonizando sozinho, sem companhia, até se sentir adulto novamente. Ou melhor, tente ignorar o fel escorrendo no canto da boca e apreciar as rosquinhas. Açúcar sempre é uma boa pedida.
Você está lá, quietinho (a) na sua, varrendo seu quarto, ajeitando sua escrivaninha das escritas insones, quando, de repente, uma música tocando no rádio é o passaporte para um divã silencioso e leviano. Nesse instante, os acordes têm gosto, cheiro, sensações levemente ressuscitadas e o levam a lugares já deixados, onde as imagens encontram-se inertes, em preto e branco. Seu olhar escapa até a maçaneta da porta, meio perdido, buscando sair daquele inferninho, mas, adivinhem, já tomou conta. Pensou, dançou. É assim. Não adianta tentar trocar de estação ou fingir indiferença: você vai ruminar a respeito por semanas. Talvez meses. Ou anos, nunca se sabe até onde sua mente desgraçada pode ir. Boa viagem! Se conseguir voltar, traga umas rosquinhas da padaria - mas não antes de engolir esse choro, a propósito.
E agora o que fazer? Os pensamentos comandam os instintos, que comandam as ações e não há nada animador com que presentear o mundo: olhos vagos e com pupilas questionadoras e ressabiadas. Sorriso forçado e coadjuvante. Fala pausada e meramente protocolar. Justo hoje que você precisava parecer a mais feliz das criaturas? Não é uma coisa grata, até parece pegadinha. O que fazer com o turbilhão de emoções que insiste em sair de casa? Como reagir diante desse emaranhado de impressões cheirando à pólvora? Esqueça de esquecer, não vai passar tão fácil. Siga no piloto automático, agonizando sozinho, sem companhia, até se sentir adulto novamente. Ou melhor, tente ignorar o fel escorrendo no canto da boca e apreciar as rosquinhas. Açúcar sempre é uma boa pedida.
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