Brian Flanagan é dono de uma das réplicas que mais aprecio. Ou melhor, aprendi a apreciar. Sempre que eu não consigo assimilar o processo de maturação de algo - cuja tríade ''começo, meio e fim'' mostra-se inexorável - eu volto a pensar nas suas palavras. E a verdade é que, excetuando-se algumas situações - como uma ressaca, por exemplo - elas fazem um sentido brutal. Sim, alguém já deve ter dito brilhantes fonemas, talvez o Platão ou a Xuxa, mas só parei para analisá-los na voz de Brian, que é meu barman preferido desde que eu tomei uns drinks no Flanagan' s Cocktails & Dreams.
- Não tem que acabar assim!
- Tudo que acaba, acaba mal. Do contrário, não acabaria.
Um relacionamento amoroso que finda, por exemplo, é uma incoerência, um disparate, uma piadinha para com os planos, os beijos trocados, os presentes dados. Ninguém começa uma história antevendo um final. Nem mesmo de um livro: quem nunca se iludiu que a leitura do querido duraria para sempre que atire a primeira página. Finais são um saco. Sofre-se por finais de paixões, de filmes, de livros. Sofre-se pelo final da lasanha do sábado à noite. Depois da última garfada, o vazio. Depois da última cena, a dor por ter que ler os créditos que sobem sem cessar. É como se tudo vivido antes fosse apagado. Lembranças boas my ass! Não existe lembrança boa. Se tortura, fazendo querer viver de novo, não pode ser bom.
Quem dera eu acreditasse naquela teoria que tenta apaziguar os ânimos, que diz que qualquer coisa que acaba é porque tinha que acabar, porque tinha que fazer parte da nossa vida em um determinado momento, mas se despediu porque tinha que ser assim. Eu, até hoje, não consigo superar Rhett Butler saindo porta afora, ignorando meus apelos, sem me explicar por que tomou uma posição tão desafiadora somente nos quinze minutos finais do seu filmezinho. Um antíclimax de soluçar. Frankly, my dear, eu precisava saber o que aconteceria! Ou melhor, eu precisava que acontecesse o que eu queria! Pior que um final, é um final pela metade.
Auxiliou no post:
Hope of deliverance - Paul McCartney
- Não tem que acabar assim!
- Tudo que acaba, acaba mal. Do contrário, não acabaria.
Um relacionamento amoroso que finda, por exemplo, é uma incoerência, um disparate, uma piadinha para com os planos, os beijos trocados, os presentes dados. Ninguém começa uma história antevendo um final. Nem mesmo de um livro: quem nunca se iludiu que a leitura do querido duraria para sempre que atire a primeira página. Finais são um saco. Sofre-se por finais de paixões, de filmes, de livros. Sofre-se pelo final da lasanha do sábado à noite. Depois da última garfada, o vazio. Depois da última cena, a dor por ter que ler os créditos que sobem sem cessar. É como se tudo vivido antes fosse apagado. Lembranças boas my ass! Não existe lembrança boa. Se tortura, fazendo querer viver de novo, não pode ser bom.
Quem dera eu acreditasse naquela teoria que tenta apaziguar os ânimos, que diz que qualquer coisa que acaba é porque tinha que acabar, porque tinha que fazer parte da nossa vida em um determinado momento, mas se despediu porque tinha que ser assim. Eu, até hoje, não consigo superar Rhett Butler saindo porta afora, ignorando meus apelos, sem me explicar por que tomou uma posição tão desafiadora somente nos quinze minutos finais do seu filmezinho. Um antíclimax de soluçar. Frankly, my dear, eu precisava saber o que aconteceria! Ou melhor, eu precisava que acontecesse o que eu queria! Pior que um final, é um final pela metade.
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Hope of deliverance - Paul McCartney
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