''São Paulo revivendo a Paris de 68, e essa pateta escrevendo sobre finais e drinks de um tal de Brian???? Oras, tenha dó!!!"
Tenho acompanhado muitos blogs, portais de notícia e afins a respeito da semana de protestos em São Paulo contra o aumento da tarifa de transporte público, e a verdade é que eu ando meio atordoada - e farei alguns apontamentos. (Caso vocês achem tudo um monte de abobrinhas, não hesitem em deixar comentários me ridicularizando, não censuro nada por aqui.) No Facebook mesmo, é um sem-número de publicações sobre, todas trazendo comentários ferozes xingando oposição e situação, a mídia, a Dilma, a Copa, entre outros. Penso isso ser, por um lado, bem um reflexo de como as pessoas pararam de tomar como verdade somente o que a trupe do Marinho noticia. E, num Brasil dominado por redes sociais - espécie de mídia alternativa à televisão que domina os lares - isso faz uma diferença positiva na leitura diária dos fatos (pra quem tem acesso à internet, claro) É óbvio que muita coisa não é mostrada em horário nobre no Jornal da Pati Poeta - bem vindos à desconstrução da realidade - é óbvio que na polícia há muitas pessoas despreparadas e sem senso de justiça, que seguem à risca o clichê de que a polícia é treinada para reprimir, não, proteger. É óbvio também que não será a última vez que haverá enfrentamento entre quem sai às ruas e quem brada contra esse direito legítimo de reação aos desmandos. Todavia, generalizar é leviano, sejam eles policiais e/ou manifestantes. Por outro, é um saco geral entulhando meu feed, até parece que é um campeonato para ver quem opina mais, quem sabe mais, quem é mais cientista político que o outro. Ah, tenham dó, leiam para vocês, façam essas análises óbvias com vossos reflexos no espelho e discutam com quem acharem prudente, e só. Até porque, depois de desligar os notebooks, vocês não voam para a Terra da Garoa, né? Peloamordedeus, eu não estou sendo uma reacinha, apenas julgo necessário o conhecimento para ter voz e para não sair difundindo tanta bobagem. Se não sabemos, calemos a boca, calemos os dedos no teclado. Não é vergonha não saber do que se trata - o mundo está cheio de movimentos, protestos, etc, fica difícil acompanhar tudo mesmo - vergonha é disseminar ignorância.
O retrospecto brasileiro não deixa mentir: nossos protestos nunca são somente acerca do que se acha que é. Trata-se, muitas vezes, da gota d'água de uma recorrência de absurdos que vão minando a boa vontade de quem não faz parte de uma elite privilegiada. A já centenária Revolta da Vacina - 1904 - (lembram das revoltas da República do Café com Leite?), por exemplo, é um bom caso de uma sociedade com os nervos à flor da pele. À época, o mote do levante popular era a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, encetada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, porém, no fundo, também era um grito de insatisfação contra a alta dos preços dos alimentos, o voto de cabresto, a reforma urbanística proposta pelo Executivo, e que, por tabela, deixaria sem moradia milhares de trabalhadores, e por aí vai...
Eu sigo a favor dos protestos, é a nossa única arma para desestruturar realmente os poderosos - já que o voto não anda cumprindo muito seu papel. Contudo, há de se pensar: quem com 100% de certeza pode afirmar que os envolvidos nas manifestações sabem de fato o que fazem ali, pelo que lutam, o porquê da necessidade de se mobilizarem? Quem pode garantir que muitos não estão somente engrossando a massa de baderneiros - como os discípulos do Mainardi gostam de falar?
Tenho acompanhado muitos blogs, portais de notícia e afins a respeito da semana de protestos em São Paulo contra o aumento da tarifa de transporte público, e a verdade é que eu ando meio atordoada - e farei alguns apontamentos. (Caso vocês achem tudo um monte de abobrinhas, não hesitem em deixar comentários me ridicularizando, não censuro nada por aqui.) No Facebook mesmo, é um sem-número de publicações sobre, todas trazendo comentários ferozes xingando oposição e situação, a mídia, a Dilma, a Copa, entre outros. Penso isso ser, por um lado, bem um reflexo de como as pessoas pararam de tomar como verdade somente o que a trupe do Marinho noticia. E, num Brasil dominado por redes sociais - espécie de mídia alternativa à televisão que domina os lares - isso faz uma diferença positiva na leitura diária dos fatos (pra quem tem acesso à internet, claro) É óbvio que muita coisa não é mostrada em horário nobre no Jornal da Pati Poeta - bem vindos à desconstrução da realidade - é óbvio que na polícia há muitas pessoas despreparadas e sem senso de justiça, que seguem à risca o clichê de que a polícia é treinada para reprimir, não, proteger. É óbvio também que não será a última vez que haverá enfrentamento entre quem sai às ruas e quem brada contra esse direito legítimo de reação aos desmandos. Todavia, generalizar é leviano, sejam eles policiais e/ou manifestantes. Por outro, é um saco geral entulhando meu feed, até parece que é um campeonato para ver quem opina mais, quem sabe mais, quem é mais cientista político que o outro. Ah, tenham dó, leiam para vocês, façam essas análises óbvias com vossos reflexos no espelho e discutam com quem acharem prudente, e só. Até porque, depois de desligar os notebooks, vocês não voam para a Terra da Garoa, né? Peloamordedeus, eu não estou sendo uma reacinha, apenas julgo necessário o conhecimento para ter voz e para não sair difundindo tanta bobagem. Se não sabemos, calemos a boca, calemos os dedos no teclado. Não é vergonha não saber do que se trata - o mundo está cheio de movimentos, protestos, etc, fica difícil acompanhar tudo mesmo - vergonha é disseminar ignorância.
O retrospecto brasileiro não deixa mentir: nossos protestos nunca são somente acerca do que se acha que é. Trata-se, muitas vezes, da gota d'água de uma recorrência de absurdos que vão minando a boa vontade de quem não faz parte de uma elite privilegiada. A já centenária Revolta da Vacina - 1904 - (lembram das revoltas da República do Café com Leite?), por exemplo, é um bom caso de uma sociedade com os nervos à flor da pele. À época, o mote do levante popular era a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, encetada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, porém, no fundo, também era um grito de insatisfação contra a alta dos preços dos alimentos, o voto de cabresto, a reforma urbanística proposta pelo Executivo, e que, por tabela, deixaria sem moradia milhares de trabalhadores, e por aí vai...
Eu sigo a favor dos protestos, é a nossa única arma para desestruturar realmente os poderosos - já que o voto não anda cumprindo muito seu papel. Contudo, há de se pensar: quem com 100% de certeza pode afirmar que os envolvidos nas manifestações sabem de fato o que fazem ali, pelo que lutam, o porquê da necessidade de se mobilizarem? Quem pode garantir que muitos não estão somente engrossando a massa de baderneiros - como os discípulos do Mainardi gostam de falar?
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