Sabe, desde que você nasce, você tem uma identidade, faz parte de uma história, de uma civilização, de um grupo social específico. Eu, no caso, sou brasileiríssima. Eu amo meu país, apesar de ele não me orgulhar muito em diversos aspectos. Conheço muita gente por aí que se julga mais gaúcha que brasileira - os tidos separatistas de plantão (até pode ser brincadeira, mas eu tenho certo medinho deles, anyway). Mas eu não. Eu bato o pé, eu brigo, escreve aí na certidão, seu moço: bra-si-lei-ra. Talvez eu goste de ser brasileira, só para contrariar, é possível, confesso.
E entender a história do Brasil me pareceu meio óbvio na incursão de aprender a amá-lo - porque isso, meus amigos, ah, isso é um exercício diário, quase na marra. Passando desde o chamado ''descobrimento'' - termo comportado para usurpação - até os dias atuais, lá se vão muitos livros, muitas leituras, muitas conversas, muitos debates, etc... até quem sabe alguma discriminação, pois sabe como é né, em tempos de colégio, não é muito legal querer saber sobre história, sobre os presidentes e suas cagadas, sobre colonialismo e o escambau: os coleguinhas te zoam sem dó. Ainda mais quando tu resolve fazer perguntas e interagir - e, ainda mais ainda, quando faltam quinze minutos para acabar a aula. O fato é que eu terminei não sendo muito cool nesse período, mas em contrapartida aprendi um bocado. Havia, como eu, uma turma de resistentes, não estive sozinha na empreitada todo o tempo, mas a maioria esmagadora é que me vem à memória quando penso na época. A maioria do ''odeio História, só tem que ler''. ''Odeio ter que decorar esse monte de porcaria''. "Vamos matar aula, os dois últimos períodos são de História'' (no Ensino Médio, o equivalente era a Sociologia). Não que eu não tenha cabulado alguma aula, longe disso, mas em se tratando dessas matérias, eu ficava meio prostrada. Poxa, como o pessoal não conseguia gostar de um assunto tão legítimo, tão necessário, tão vivo no no nosso cotidiano? Tão brasileiro, tão íntimo do que a gente comprava no mercado, do que a gente lia no jornal, do que a gente assistia nos debates políticos? Que coisa.
Hoje em dia, sigo algumas pistas do porquê de não haver negociação. Não condeno em uma totalidade, mas sinto um pouco de vergonha: possivelmente quem não se interessou em saber em que país estava se enfiando quando saiu da barriga de mamãe, é o mesmo indivíduo que ergue a voz para falar mal de tudo, para enaltecer a Europa e os Estados Unidos, para dizer que aqui nada dá certo. Bom, talvez nem todos sejam assim, mas sinto que há uma relação feroz nisso. E eu fico triste, de verdade.
A nossa sina de ''perdedor'' começa muito antes de um governo corrupto, de uma manifestação por melhores condições de trabalho. Está fácil o nosso bolão, até já citei a palavra acima. O que somos hoje é apenas reflexo do que fizeram com gerações passadas, é apenas retrato de anos de humilhação, de servidão e de roubo - sim, roubo!!! - de nossas riquezas naturais. A origem da negligência é mesquinha e está ao alcance de todos que tiverem boa vontade para descobri-la. A gente não vai mudar muita coisa se munindo desses conceitos arcaicos, mas, quem sabe, a pátria receba um pouco mais do amor que lhe é justo - e uma pitada de tolerância, que, né? Tolerantes lutam melhor. Bem melhor.
E entender a história do Brasil me pareceu meio óbvio na incursão de aprender a amá-lo - porque isso, meus amigos, ah, isso é um exercício diário, quase na marra. Passando desde o chamado ''descobrimento'' - termo comportado para usurpação - até os dias atuais, lá se vão muitos livros, muitas leituras, muitas conversas, muitos debates, etc... até quem sabe alguma discriminação, pois sabe como é né, em tempos de colégio, não é muito legal querer saber sobre história, sobre os presidentes e suas cagadas, sobre colonialismo e o escambau: os coleguinhas te zoam sem dó. Ainda mais quando tu resolve fazer perguntas e interagir - e, ainda mais ainda, quando faltam quinze minutos para acabar a aula. O fato é que eu terminei não sendo muito cool nesse período, mas em contrapartida aprendi um bocado. Havia, como eu, uma turma de resistentes, não estive sozinha na empreitada todo o tempo, mas a maioria esmagadora é que me vem à memória quando penso na época. A maioria do ''odeio História, só tem que ler''. ''Odeio ter que decorar esse monte de porcaria''. "Vamos matar aula, os dois últimos períodos são de História'' (no Ensino Médio, o equivalente era a Sociologia). Não que eu não tenha cabulado alguma aula, longe disso, mas em se tratando dessas matérias, eu ficava meio prostrada. Poxa, como o pessoal não conseguia gostar de um assunto tão legítimo, tão necessário, tão vivo no no nosso cotidiano? Tão brasileiro, tão íntimo do que a gente comprava no mercado, do que a gente lia no jornal, do que a gente assistia nos debates políticos? Que coisa.
Hoje em dia, sigo algumas pistas do porquê de não haver negociação. Não condeno em uma totalidade, mas sinto um pouco de vergonha: possivelmente quem não se interessou em saber em que país estava se enfiando quando saiu da barriga de mamãe, é o mesmo indivíduo que ergue a voz para falar mal de tudo, para enaltecer a Europa e os Estados Unidos, para dizer que aqui nada dá certo. Bom, talvez nem todos sejam assim, mas sinto que há uma relação feroz nisso. E eu fico triste, de verdade.
A nossa sina de ''perdedor'' começa muito antes de um governo corrupto, de uma manifestação por melhores condições de trabalho. Está fácil o nosso bolão, até já citei a palavra acima. O que somos hoje é apenas reflexo do que fizeram com gerações passadas, é apenas retrato de anos de humilhação, de servidão e de roubo - sim, roubo!!! - de nossas riquezas naturais. A origem da negligência é mesquinha e está ao alcance de todos que tiverem boa vontade para descobri-la. A gente não vai mudar muita coisa se munindo desses conceitos arcaicos, mas, quem sabe, a pátria receba um pouco mais do amor que lhe é justo - e uma pitada de tolerância, que, né? Tolerantes lutam melhor. Bem melhor.
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