Tô aqui, com uma cara de pateta, olhando pra tela deste famigerado notebook, imaginando que se eu mentalizar, o texto que escrevia há uns minutos voltará. Ele volta, tem que voltar. Ok, ele não vai voltar, reconheçamos o óbvio, a droga não salvou. Parece muito com algumas coisas que já fiz na vida. Abre outro rascunho aí e cala essa boca. Olha, ele, o texto, tinha potencial. Tava ficando do jeito que eu gosto - eu, que nasci assim tão enjoadinha exigente pra gostar de algo. É bem verdade que não são uma unanimidade nem pra mim mesma, mas tenho que confessar que ó: dos meus textos eu gosto. Da maioria. E não é uma autoestima pseudo-literária forçada, do tipo ''se eu não gostar, ninguém gosta''; eu realmente sou louca por essas abobrinhas adoráveis que escrevo, de coração.
Tá, mas não é sobre isso que vim falar. Quer dizer, no finado texto que ficou perdido aí no submundo do Blogspot, falava eu sobre jogos de poder. Joguinhos mentais, sabe? Aquela coisa de ver quem domina quem, ainda que de maneira pouco franca em relação às regras. Acontece sempre. E é assustador como isso pauta nossas relações pessoais. Não queria que fosse assim, onde é que eu aperto pra cancelar isso? É lamentável que nossa espécie fique à mercê de palavras não ditas, de demonstrações de vaidade sem querer querendo, de palavras ditas demais, com sede demais, tolas, ridículas, mas tão imperiosas e convidativas na hora. Como quando um casal discute, cada um cego pelas suas verdades, cada um acusando o outro de estar mentindo por ter sido desse ou daquele jeito. Quem tá enganando quem? Existe engano de fato? Qual o limite da verdade? Os dois podem estar discutindo por afirmarem a mesma coisa, apenas com tons de voz diferentes - veja você que ridícula tal situação. Os dois podem estar presos a um ideal de subserviência, aquele que não admite tragar silêncios em detrimento de palavras finais ditas pela outra parte. É tudo uma questão de cronometrar a saída, eu diria. Não deu tempo dessa vez, tente na próxima.
Relações, relações, relações. Quanto mais tento entendê-las, mais me frustro e me recolho. Pode ser propaganda enganosa, mas os que se aventuram não têm sido lá bons marqueteiros aos meus olhos. Ou vai ver foi essa miopia, descoberta pelas freirinhas em 95, que já corrompeu o meu discernimento - se é que eu tenho um. Jogo por jogo, ainda tenho preferido a versão em que eu fico à espreita e tenho paz.
Auxiliou no post:
Talihina sky - Kings of Leon
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