Pular para o conteúdo principal

Por quem os sinos dobram?

           Ando com essa indagação na cabeça. Às vezes, eu pego no pé de algo que me tocou e fico semanas ruminando a respeito. O que temos para o momento é essa frase do famoso poema renascentista - e utilizada como título daquele célebre romance do Hemingway - que não me deixa, há alguns vários dias. Não sei racionalizá-la, nem quero interpretá-la no seu sentido original, pois referida passagem me remete a outras nuances... outras vastidões, ora perdidas dentro da alma.
           Por quem os sinos dobram? Por quem diabos os sinos dobram? Há quem ache que literatura é idiotice - e eu respeito, pois são poucos os que merecem reverenciá-la - mas, para mim, ela funciona como uma fuga única e indolor. É sua culpa eu ter ficado com essas palavras à toa, assim, azucrinando as idéias, fazendo eu sentir ciúme do que já foi pensado e discutido. Sei que o que essas palavras soltas provocam no meu coração é só meu e de ninguém mais. Mas, ainda assim, ele permanece.
           Por quem os sinos dobram? Isso não cansa de martelar, equacionar o que ficou vago e já me faz ser só lembrança. São tantos os significados para esse fragmento tão vulgar. Por quem os sinos dobram? "A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos." A tarde talvez fosse azul e talvez eu soubesse a resposta. Talvez eu soubesse que eles dobram por ti.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Família Felipe Neto

Eu já queria falar sobre isso há um bom tempo, e, enquanto não criar vergonha nessa cara e entrar num mestrado para matar minha curiosidade de por que caralhos as pessoas dão audiência para pessoas tão bizarras e nada a ver, a gente vai ter que escrever sobre isso aqui. Quando eu falo ''a gente'', me refiro a mim e às vozes que habitam minha cabeça, tá, queridos? Youtubers... youtubers... sim, Bruna, está acontecendo e faz tempo. Que desgraça essa gente! Ó, pai, por que me abandonaste? Quanto tempo eu dormi? Estamos vivendo uma era de espetacularização tão idiota, mas tão idiota que me faltam palavras, é sério, eu só consigo sentir - como diria o fatídico meme . Não tem a mínima condição de manter a sanidade mental, querendo estudar, trabalhar, evoluir quando pegar uma câmera, do celular mesmo, sair falando um monte de merda e enriquecer com isso ficou tão fácil. Vamos usar um case bem ridículo aqui? Vamos.  Dia desses, esta comunicóloga que vos fala, fazendo suas

Flores no lamaçal de creme de avelã

Tenho feito um severo exercício de autocrítica nos últimos tempos - exercício esse que, somado a um problema pessoal bem pontual, me deixou sem tesão algum de escrever. Mas voltei para uma transadinha rápida e certeira. Um mea culpa inspirado nos velhos tempos - desta vez sem o deboche costumeiro. Realmente quero me retratar. H á alguns meses, q uando escrevi, estupefata de indignações diversas, sobre youtubers, eu nunca estive tão certa do que escrevia. Sigo achando que o Youtube amplificou a voz dos imbecis e vem cooptando principalmente crianças a uma sintomática era da baboseira - entre trolladas épicas envolvendo mães e banheiras cheias de nutella , criou-se um nicho bizarro cujo terreno é a falta de discernimento infantil infelizmente. Só que foi aí que residiu meu erro: reduzir a plataforma a um lamaçal de creme de avelã - e nada mais. Não me ative ao fato de que ali coexistem muitos canais interessantíssimos sobre os mais diferentes ramos do conhecimento hum ano , inclusive

Era só ter colocado na lista

Vou fazer uns pães de queijo. Bah, não tem queijo. Mas tu não foi ao mercado? Fui... Silêncio.  Tu não compra nada que não esteja na lista? Não.  Entendi boa parte da vida nesta pérola da crônica familiar, que deve ser realidade em muitos lares brasileiros. E é. Homens num geral não vivem realmente nos lugares que habitam, consideram-nos hotéis, um respiro onde comem, dormem e passam um pouco de tempo inertes, antes de voltar ao que de fato interessa: construir prédios, gerenciar guerras, fabricar cerveja artesanal, proibir mulheres de abortarem, dominar a política, etc. Mesmo que queiram ardentemente uma fatia de queijo mais tarde. É claro que há exceções (eu sei que nem todo homem , fica na paz de Santa Cher aí, irmãozinho), provavelmente os que moram sozinhos e se obrigam a pensar sobre trivialidades da casa, afinal, ninguém fará por eles. Entretanto, em se tratando de famílias formadas por casais heterossexuais com filhos, algo muito forte me diz que o diálogo