Pular para o conteúdo principal

O que o Poetinha ensina

           Estava eu aqui muy ansiosa - normalíssimo - pensando no que escrever para vocês, meio p. da vida com algumas coisas, meio querendo sair sem rumo (mas com a certeza de que tudo daria certo) e eis que lembrei que, no último sábado, dia 9, fez 31 anos da morte do Poetinha, aquele ser adorável. Para quem não lembra da alcunha, falo de Vinicius de Moraes - Vini para os leitores íntimos, como eu. Para quem não lembra ainda, falo do moço dos sambinhas gostosos de ouvir, dos sonetos de atazanar coração e do cachorro engarrafado, fiel escudeiro.
            Já havia visto algo no jornal ou na internet, mas acabei esquecendo. Então, hoje, voltaram à mente, o tal do Seu Vinicius e seus pensamentos, algumas frases ditas por ele, pequenos fragmentos que já li a seu respeito. Fiquei aqui viajando na lembrança desse cara, que foi um entusiasta acima de tudo. A real é que a gente tem uma conexão, percebem? Ele sabe muito de mim. Seguidamente, a alegria de viver que habitava sua alma carioca briga com meus desânimos, e eu quase posso vê-lo apontando o dedo na minha cara, dizendo: "Tá errado, Bruninha! Vai, vai viver.."  
             Recordo bem do momento de ter lido um poema seu, pela primeira vez, lá pelos meus 13 anos e sentir como se tivesse levado um soco na boca do estômago ou uma tacada de beisebol na cabeça. Que porrada! Uma paixão fulminante, permeada por certa incredulidade: "Tu não pode ter escrito isso, homem, tá brincando comigo?" Mas a verdade é que ele escreveu e foi certeiro nas minhas concepções - coisas assim de que eu nem desconfiava ainda. Desde então, é como se eu devesse satisfações a ele, que nunca se poupou em vida e fez dela uma espécie de sábado à noite eterno.  
             Quando eu ando meio cabisbaixa ou, vá lá, p. da vida - como é o caso no momento - não deixo de sentir vergonha, por me sentir fragilizada tão de graça. O que diria Vini dessas minhas covardias? De certa forma, o talzinho quer que eu encare o desconhecido, chame-o para tomar um café ou faça igual a ele: encha a cara e não tenha medo de ser feliz - com todos os riscos que se corre por isso.   

Vira e mexe, paga e vê
Que a vida não gosta de esperar
A vida é pra valer
A vida é pra levar...

Tá aí um trecho de "Samba pra Vinicius" que não me deixa mentir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

5 ANOS DE BLOG - PARTICIPE DA PROMOSHARE

Hoje, nós da empresa, completamos 5 anos de blog. Vamos dar o play para entrar no clima:                         #POLÊMICA: sempre preferi o parabéns da Angélica em vez de o da Xuxa. O que não quer dizer que eu ame a Angélica, claro, por mim ela pode ir pra casa do caralho. ENFIM, VAMOS CELEBRAR! 5 ANOS DE MERDA ININTERRUPTA AQUI! UHUL, HEIN? Era 22 de dezembro de 2010, estava euzinha encerrando mais um semestre da faculdade de Jornalismo, meio desgraçada da cabeça (sempre, né), entediadíssima no Orkut, quando finalmente tomei coragem e decidi dar a cara a tapa. Trouxe todas as minhas tralhas para o Blogspot e a esperança de mudar alguma coisa. Infindáveis crônicas começaram a ganhar o mundo e a me deixar mais desgraçada da cabeça ainda: sei lá, escrever é uma forma de ficar nua, de se deixar analisar, de ser sincero até a última gota, e isso nem sempre é bom negócio. Mas, enfim, felizmente tenho sobrevivido sem grandes traumas - mas não sem grandes catarses, por isso esse n

Família Felipe Neto

Eu já queria falar sobre isso há um bom tempo, e, enquanto não criar vergonha nessa cara e entrar num mestrado para matar minha curiosidade de por que caralhos as pessoas dão audiência para pessoas tão bizarras e nada a ver, a gente vai ter que escrever sobre isso aqui. Quando eu falo ''a gente'', me refiro a mim e às vozes que habitam minha cabeça, tá, queridos? Youtubers... youtubers... sim, Bruna, está acontecendo e faz tempo. Que desgraça essa gente! Ó, pai, por que me abandonaste? Quanto tempo eu dormi? Estamos vivendo uma era de espetacularização tão idiota, mas tão idiota que me faltam palavras, é sério, eu só consigo sentir - como diria o fatídico meme . Não tem a mínima condição de manter a sanidade mental, querendo estudar, trabalhar, evoluir quando pegar uma câmera, do celular mesmo, sair falando um monte de merda e enriquecer com isso ficou tão fácil. Vamos usar um case bem ridículo aqui? Vamos.  Dia desses, esta comunicóloga que vos fala, fazendo suas

Flores no lamaçal de creme de avelã

Tenho feito um severo exercício de autocrítica nos últimos tempos - exercício esse que, somado a um problema pessoal bem pontual, me deixou sem tesão algum de escrever. Mas voltei para uma transadinha rápida e certeira. Um mea culpa inspirado nos velhos tempos - desta vez sem o deboche costumeiro. Realmente quero me retratar. H á alguns meses, q uando escrevi, estupefata de indignações diversas, sobre youtubers, eu nunca estive tão certa do que escrevia. Sigo achando que o Youtube amplificou a voz dos imbecis e vem cooptando principalmente crianças a uma sintomática era da baboseira - entre trolladas épicas envolvendo mães e banheiras cheias de nutella , criou-se um nicho bizarro cujo terreno é a falta de discernimento infantil infelizmente. Só que foi aí que residiu meu erro: reduzir a plataforma a um lamaçal de creme de avelã - e nada mais. Não me ative ao fato de que ali coexistem muitos canais interessantíssimos sobre os mais diferentes ramos do conhecimento hum ano , inclusive