Esparadrapos, sabe? Esparadrapos, somos esparadrapos ambulantes. Muitos, milhões, incontáveis na infinidade de serem consolo e serem consolados. Eu já vi que é assim, que remédio. Poucos são os que têm a sorte de ganhar um amor da vida, alheio a vivências já comungadas e ferimentos passados. Poucos são, será que existem? Se existem, se escondem bem. Se existem, eu quero pra mim. Todos querem, poucos conseguem. E, assim, lá vamos nós servir de esparadrapo para os corações que encontramos no caminho, que, por sua vez, nos brindarão com esparadrapos igualmente solícitos para nossas dores crônicas de amor. Com sorte, claro. Em 87,13% dos casos - tal qual diz o já mencionado IBGE - o sofrimento é sozinho mesmo, que é pra coisa ser mais visceral. É tipo aquela clássica drummondiana - que até já parodiei aqui - que conta a história do João (ôôô, João!), que amava a Tereza, que amava o Raimundo, que blá blá blá e etc, todo mundo infeliz no fim. A sensação que dá é que cê tá sempre atrasado. Achou um cara massa, papo bom, barba feroz e milimetricamente mal feita, mas que tem, sei lá, três ex psicopatas em seu encalço. ''Ai, mas ele é tão meu número, como assim, vidaaaaaaaaaaaa?????????"
Esparadrapo, você tem talento para esparadrapo, minha cara. Na mais óbvia das hipóteses, tente curar.
Esparadrapo, você tem talento para esparadrapo, minha cara. Na mais óbvia das hipóteses, tente curar.
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