A crônica é o meu chão, o gênero que me provoca e que faz - creio - eu me expressar de forma menos medíocre. E os observadores terão notado que elas diminuíram de tamanho. Diminuíram, porque sim. Chega de redaçãozinha babaca de vestibular aqui. Antigamente (ano passado), eu ficava obcecada em desenvolver textos com métricas disciplinadas e argumentos convincentes distribuídos em linhas previamente arquitetadas. Digamos que isso conferiria certa credibilidade a mim - pensava eu. Só que eu esqueci que eu não sou digna de crédito nenhum, o meu papel, aqui e na rua, é ser mané. E disso eu entendo. Não quero mais fazer sentido desse jeito. Quero fazer sentido, mas escrevendo o que eu quiser. Espero que role essa história de ser mané, e ainda ter prestígio nessa vida. Vamos aguardar.
Pois contei para vossas senhorias que acabei de ler o livro do Bellotto? Seguinte: em meados de 2011, adquiri o tal "No Buraco", lançado em 2010 - uma espécie de narrativa às avessas de sua bem sucedida carreira como guitarrista dos Titãs, que conta - permeada por muitos lapsos de ''a vida até parece uma festa'' com todo aquele combo conhecido a tiracolo - a trajetória do simplório, porém intrigante, Teo Zanquis. E não vou contar mais nada, só vim dizer que é um puta livro, bem escrito, enveredando, inclusive, para uma trama policialesca na qual o marido da Malu é mestre. E, sim, eu sou uma baita duma puxa-saco, só comprei porque ele é o titã mais gostoso. Ah, demorei para concluir a leitura, pois sofro duma frescurite incurável. À época, eu andava deveras estafada com os volumes que precisava devorar em virtude do meu trabalho de conclusão de curso - se bem que nem sei se adiantou ter lido tudo aquilo, uma vez que referido trabalho ficou... er... um cocô - então, releguei a leitura do buraco do Tony. Digamos que não queria corrompê-lo com minha má vontade & azedume literário. Deixei pra depois, e foi bem melhor. Sempre faço isso com os livros, não vejo problema. Vou tentar com as pessoas, parece uma fórmula interessante.
Eu posso estar equivocada - não pago imposto pra isso, é bom que se diga - mas creio que a tecnologia tem nos deixado um tanto quanto imbecis. Eu sei que ela aproxima, que ela facilita nossa vida em variados aspectos, mas a impressão que me dá é que a gente tá brincando de Caras 24hs por dia, fazendo fatos prosaicos do nosso cotidiano sem graça ganhar ares de apocalipse, com o aval, claro, de nossos celulares que viram naves supersônicas etc. Francamente, ninguém quer saber onde você esteve jantando. Ninguém quer saber quanto você tirou na prova de cálculo. Uma marcação escrota não precisa ganhar vida para que um momento com seus amigos tenha validade. Não é agradável ver línguas passeando em fotos pseudo-eróticas, por mais que você e seu mozi sejam o casal mais sublime na face da terra. Os almoços continuarão também com o mesmo sabor, ainda que não sejam fotografados, é válido esclarecer. Nas timelines da vida, cada um faz o que quer, eu sei, mas aí que reside nosso dilema, Batman: a gente tem esperado bom senso de quem não sabe o que é isso, nunca ouviu falar.
É ca-la-ro que eu reconheço meu potencial malístico berrando aos quatro cantos das redes sociais o quanto meu bichano é deliciosamente encantador e amado por mim, por exemplo. Até tou começando a crer que quem ama precisa sair colando cartazes desse amor nas paredes realmente. Ou nas catacumbas da internet, vide esquizofrênicos anos doismiletanto. Acho que tá na nossa vontade mais secreta de aparecer. A gente curte aparecer, não é de hoje essa constatação. Mas, vendo muito exemplo por aí, penso ser isso ''café pequeno''. Ouso dizer que tem gente mais insuportável que eu por aí.
Pois contei para vossas senhorias que acabei de ler o livro do Bellotto? Seguinte: em meados de 2011, adquiri o tal "No Buraco", lançado em 2010 - uma espécie de narrativa às avessas de sua bem sucedida carreira como guitarrista dos Titãs, que conta - permeada por muitos lapsos de ''a vida até parece uma festa'' com todo aquele combo conhecido a tiracolo - a trajetória do simplório, porém intrigante, Teo Zanquis. E não vou contar mais nada, só vim dizer que é um puta livro, bem escrito, enveredando, inclusive, para uma trama policialesca na qual o marido da Malu é mestre. E, sim, eu sou uma baita duma puxa-saco, só comprei porque ele é o titã mais gostoso. Ah, demorei para concluir a leitura, pois sofro duma frescurite incurável. À época, eu andava deveras estafada com os volumes que precisava devorar em virtude do meu trabalho de conclusão de curso - se bem que nem sei se adiantou ter lido tudo aquilo, uma vez que referido trabalho ficou... er... um cocô - então, releguei a leitura do buraco do Tony. Digamos que não queria corrompê-lo com minha má vontade & azedume literário. Deixei pra depois, e foi bem melhor. Sempre faço isso com os livros, não vejo problema. Vou tentar com as pessoas, parece uma fórmula interessante.
Eu posso estar equivocada - não pago imposto pra isso, é bom que se diga - mas creio que a tecnologia tem nos deixado um tanto quanto imbecis. Eu sei que ela aproxima, que ela facilita nossa vida em variados aspectos, mas a impressão que me dá é que a gente tá brincando de Caras 24hs por dia, fazendo fatos prosaicos do nosso cotidiano sem graça ganhar ares de apocalipse, com o aval, claro, de nossos celulares que viram naves supersônicas etc. Francamente, ninguém quer saber onde você esteve jantando. Ninguém quer saber quanto você tirou na prova de cálculo. Uma marcação escrota não precisa ganhar vida para que um momento com seus amigos tenha validade. Não é agradável ver línguas passeando em fotos pseudo-eróticas, por mais que você e seu mozi sejam o casal mais sublime na face da terra. Os almoços continuarão também com o mesmo sabor, ainda que não sejam fotografados, é válido esclarecer. Nas timelines da vida, cada um faz o que quer, eu sei, mas aí que reside nosso dilema, Batman: a gente tem esperado bom senso de quem não sabe o que é isso, nunca ouviu falar.
É ca-la-ro que eu reconheço meu potencial malístico berrando aos quatro cantos das redes sociais o quanto meu bichano é deliciosamente encantador e amado por mim, por exemplo. Até tou começando a crer que quem ama precisa sair colando cartazes desse amor nas paredes realmente. Ou nas catacumbas da internet, vide esquizofrênicos anos doismiletanto. Acho que tá na nossa vontade mais secreta de aparecer. A gente curte aparecer, não é de hoje essa constatação. Mas, vendo muito exemplo por aí, penso ser isso ''café pequeno''. Ouso dizer que tem gente mais insuportável que eu por aí.
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