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O filmólatra

Há males que vêm para o bem, cêis sabem. Numa dessas pegadinhas da vida, eu acabei vendo que é verídico. O ano era 2008 e eu me consumia de paixão por um cara. Ficava tão petrificada perto dele, que demorei um mês para conseguir dizer um singelo ''oi''. Quando isso aconteceu, eu quase tropecei na frente dele, lógico. E não sorri, pois - segundo pesquisas apontam - quando você tá caídaça pelo cara, parece que até os postes de luz sabem, então é melhor fazer a discreta. Toda vez que aquele par de coxas universitárias e imorais passava por mim, um pouco do meu coração era moído numa daquelas máquinas típicas de açougue. Ele era virginiano. A história já começa fadada ao fracasso aí, pois, como bem disse a Amanda Costa, tais criaturinhas do elemento terra não apetecem seres de juba. Corroboro a tese, nunca me apeteceram. Mistérios astrais que voam longe, que você nunca não sabe nunca...

...se vão
se ficam
quem vai
quem foi

Bom, mas um dia, eu tive a chance de conversar com o Sr. Coxas. Belas pernas, mas faltou uma surra de gramática na infância:

- Nossa, eu adoro filmes! O último que eu vi foi um do Scorsese, gosta dele?
- Adoro também, digamos que eu sou um legítimo filmólatra. 
- He, quêêê?

Digamos que ele tava falando bem sério.







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