"É preciso serenar o coração". Escutei tais palavras, dia desses, de uma pessoa - muito sábia, por sinal - e tive que rir. Não um riso debochado, mas de condescendência. Tipo "bacaninha você me dizer isso, mas comigo não rola, porque eu já nasci assim, meio surtada e querendo tudo para ontem". Quem diabos consegue serenar o coração nesse mundo de gente doida? O que, realmente, essa oração subordinada subjetiva engraçadinha, tirada de algum livro barato de autoajuda, quer dizer? Virem-se, preciso de respostas.
Esse verbo é um achado, é uma doçura, é um infinitivo digníssimo, mas não é para mim. Que mané serenar o coração o quê! Serenar o escambau, não sei fazer isso. Não sei brincar de ser serena. Ando sempre com o músculo cardíaco a 100Km/h, numa velocidade assassina e necessária. É aquela velha assertiva: "ruim com, pior sem". Já saquei. Tenho que conviver com essa (in)serenidade. Coração sereno in memorian. Nunca existiu no meu script.
Esse verbo é um achado, é uma doçura, é um infinitivo digníssimo, mas não é para mim. Que mané serenar o coração o quê! Serenar o escambau, não sei fazer isso. Não sei brincar de ser serena. Ando sempre com o músculo cardíaco a 100Km/h, numa velocidade assassina e necessária. É aquela velha assertiva: "ruim com, pior sem". Já saquei. Tenho que conviver com essa (in)serenidade. Coração sereno in memorian. Nunca existiu no meu script.
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