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Old habits die hard

Olhava, só olhava - procurava apreender o que nunca havia despertado seu desatino de viver. No entanto, pouco enxergava. Não via familiaridade nas conversas, nos rostos, nos sorrisos - insossos flashes de entusiasmo, levados pelas circunstâncias. Onde estaria o motivo de tanto desencontro? Em alguma gaveta do esquecimento, certamente. Abri-la tornou-se trabalhoso, talvez nem existisse mais chave. Quem sabe...
Foi um minuto de distração e tudo foi perdido, virou rotina. Acostumou-se a olhares sem brilho, perguntas protocolares, falsos interesses, socializações por conveniência, guerras frias e mornidão nas ações. Ainda que isso incomodasse, era previsível. Todos eram estranhos e nunca deixariam de ser. Queria chorar, mas não havia sinceridade. Queria gritar como tudo era banal, mas faltava verdade. Sobrava leviandade.
Se pudesse colocar cada evidência em seu lugar e reescrever cada dia vivido pela metade, possivelmente, o faria. Contudo, uma certeza: nunca pertencera àquele lugar. Nunca estivera ali.         

Comentários

Löre disse…
beesha linda!!!!!! vou frequentar seu blog, ok???
beijossssss
Bruna Castro disse…
Lore queridão, venha sempre que puder!! Te espero, hein? HAUEHAUHE Beijos

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